A cidade de Sardes foi reconhecida por suas “indústrias” de lã e de tinturaria, no aspecto econômico. No religioso, havia um culto de mistério desenvolvido nessa cidade à deusa Cibele. Esse culto de mistério se caracterizava por um grande apelo à imoralidade. É em uma cidade com esses ingredientes que encontramos a igreja que recebe a carta acima citada.

Diz a carta que a igreja tem o nome de que vive, mas está morta. Isso quer dizer que havia uma grande atividade na igreja, pelo menos no início do trabalho missionário havia muita coisa, e algumas pessoas dessa comunidade se alegravam dessas primeiras obras ou de algumas que ainda permaneciam como realizadas pela igreja, mas que espiritualmente não eram mais tão reconhecidas pelo Senhor. Não adiantava obras grandiosas no passado ou obras fantásticas aos olhos humanos nesse momento da igreja. Era necessário obras que fossem de acordo com o interesse do Senhor naquele momento.

Muitas vezes nós vivemos isso... Nos envolvemos em muitas atividades na igreja e até pensamos que estamos fazendo pelo Senhor. Mas o simples fato de uma obra parecer boa não é requisito para agradar ao Senhor. Além de fazer uma boa obra, temos que fazer aquilo que o Senhor quer naquele momento. Por isso insisto que nosso trabalho é apenas amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a nós mesmos. É obedecer a este mandamento! E o Senhor, através do Espírito Santo, irá realizar em nossa vida e a partir da nossa vida a obra correta que devemos realizar. O Senhor fará em nós e através de nós o que for certo naquele momento.

Ainda há quem não tenha caído em erro nesse momento na comunidade. Esses precisam ser confirmados, como diz o versículo 2, isto é, devem manter seu trabalho vigilante no que é a vontade do Senhor. E mais: no verso 3 vemos a expressão – lembra-te! Nada mais importante para aquela comunidade e para cada um de nós que lembrar do que o Senhor já fez em nossa vida e a partir de nossa vida. Ter na lembrança tanto o que o Senhor fez em nós como a partir de nós, e mais: lembrar o que já fez com grandes servos que dão testemunho tanto em nossas comunidades, livros, ministrações e nas páginas da Bíblia.

Falar a essa comunidade que tinha em sua cidade a questão econômica da tinturaria sobre permanecer com vestes brancas é muito significativo. Aquelas pessoas conheciam bem o que era uma roupa branca e sabiam o que poderia ser feito numa tinturaria. Hoje, compramos ou ganhamos roupas das mais variadas cores e já sabemos a diferença. Imagina entre pessoas que dominavam a técnica (e no mundo antigo, com mais limitações) da tinturaria. Era claro demais!

E hoje não é diferente: devemos tomar cuidado para não nos contaminarmos com as coisas do mundo, principalmente aquelas que nem parecem erradas, que possuem até um apelo demonstrando que pode ser, mas que se avaliarmos de acordo com a Palavra, não pode. E mais ainda: devemos tomar cuidado com um ativismo evangélico exagerado. Devemos nos envolver sempre e mais em atividades, mas precisamos saber se estamos fazendo apenas para ocupar o nosso tempo ou porque estamos realizando porque é a vontade do Senhor para nossa vida naquele momento.

Quem tem ouvidos espirituais consegue ouvir o que o Espírito diz e realiza a melhor obra da melhor forma, pois será o próprio Espírito agindo. E com Ele não há erro!