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Está no Portal Evangélico Compartilhando Na Web 04/06/2007

Autoria
A tradição judaica define Moisés como o autor do Gênesis e dos outros quatro livros seguintes que, juntos, são chamados de Pentateuco. Entendemos que o texto tomou forma final muito tempo após Moisés. Assim, o que nos parece plausível é que a tradição confirma a autoria mosaica exatamente por conta de uma situação muito corriqueira no mundo antigo: a ausência de direitos autorais sobre o texto final. Normalmente, quem escrevia, ainda que fosse outra pessoa, atribuía a autoria a quem passou o ensinamento, quer por tradição oral, quer por ter deixado alguns escritos que foram ampliados depois com o auxílio da tradição oral ou pesquisa. Se havia alguém que começou a ensinar daquela forma, quem deu forma final ao texto era esquecido como autor e a autoria do texto era atribuída a quem iniciou ou a tradição oral ou a escrever, ainda que de forma muito resumida.

Por isso a autoria de Moisés não é questionada, quer por ele ter começado a contar a história, quer por ele realmente ter escrito algumas das coisas dos textos do Pentateuco, mas é claro que só muito tempo depois dele que o texto tomou forma final.

Data
A data tradicional para o êxodo do Egito está no meio do décimo quinto século a.C. Moisés, se escreveu algo, dificilmente teria escrito algo antes disso! Definimos essa data para o Êxodo por conta do que vemos em 1 Reis 6.1, que afirma que Salomão começou a construir o templo “no ano quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do Egito”. Entende-se historicamente que Salomão tenha iniciado a construção perto do ano 960 a.C., o que dataria o êxodo por volta do ano 1440 a.C.

Com esses dados, entendemos que o texto do Pentateuco foi iniciado por Moisés por volta do ano 1.440 a.C., e encerrado na época do reino, tanto de Davi que incentivou a escrituração dos livros, como de Salomão, que ampliou esse evento. A data exata não pode ser definida, mas está dentro dos 80 anos dos reinados de Davi e Salomão, antes de 930 a.C.

O livro
O início de Gênesis fala da formação do sistema solar, os preparativos da terra para se tornar habitável e a criação da vida sobre a terra.

Toda a criação é realizada em seis dias e no sétimo, o Senhor descansou. Claro que a criação pode ter se dado no tempo do relógio, no nosso tempo (Chronos), pois Deus é poderoso para tal (poderia ter feito em um dia ou em apenas alguns instantes - fica até difícil definir em nosso tempo o quão poderoso Deus é e em qual medida de tempo Ele poderia ter criado todas as coisas, afinal Ele criou a medida do nosso tempo e Ele está fora dela!).

Mas entendemos que a criação se dá em 7 dias (6 de trabalho e um de descanso) e disso não abrimos mão! O que não podemos definir é se realmente cada dia durou 24 horas como no nosso tempo ou se aconteceu no tempo de Deus (Káiros). Como a criação estava sendo realizada, o tempo foi o Káiros mesmo, pois Deus criou todas as coisas, inclusive o nosso tempo (quando definiu os luminares do dia e da noite e os períodos de tempo). O que não podemos definir é se esse tempo foi igual ao nosso ou se foi um tempo contado de forma totalmente diferente. E no último dia Deus descansou, não porque não pudesse continuar sem esse período, mas muito mais para ensinar ao ser humano que há a necessidade de um período de trabalho, mas também há um período necessário para descanso.

Os dez capítulos seguintes explicam as origens de muitas qualidades misteriosas da vida: o pecado, as dores do parto para a mulher, a morte, a ira de Deus, a inimizade do ser humano contra o próprio ser humano e as dispersão das raças e línguas sobre toda a terra.

No capítulo 12, Gênesis relata o chamado de Abraão e a inauguração da aliança de Deus com ele, uma aliança que foi renovada com Isaque e Jacó.

Gênesis mostra uma forma característica em sua narrativa, o desejo de relacionamento de Deus com o ser humano, quer através da criação propriamente dita, quer no episódio da Arca de Noé, na aliança feita com Abraão, Isaque e Jacó, ou ainda pelo relato inspirador de José e pela multiplicação do povo de Deus no Egito. Sempre vemos Deus querendo se relacionar com o ser humano.

O livro termina com a bênção de Jacó. Ressaltamos em especial a bênção sobre Judá, de cuja tribo viria o Messias: 49.10. E não podemos deixar de registrar, claro, a fé de José no cumprimento da promessa da Terra Prometida, uma vez que ele sabia que os dias iam passar e ele não veria isso ainda, mas o povo veria e ele queria, mesmo depois de morto, que seus ossos fossem transportados para essa Terra (50.22-26).

Esboço de Gênesis
A história primitiva do ser humano 1.1 - 11.32
As narrativas da criação 1.1 - 2.5
Criação dos céus, da terra, e da vida sobre a terra 1.1 - 2.3
Criação do ser humano 2.4-25
A queda do ser humano 3.1-24
O mundo anterior ao dilúvio 4.1 - 5.32
Noé e o dilúvio 6.1 - 9.29
A Genealogia 10.1-32
A confusão das línguas 11.1-9
Genealogia de Abraão 11.10-32

Os patriarcas 12.1 - 50.26
Abrão (Abraão) 12.1 - 23.20
O chamado de Abraão e os primeiros eventos 12.1 - 13.13
A promessa da terra de Canaã 13.14-18
A batalha dos reis 14.1-24
A Aliança de Deus com Abraão 15.1-21.34
O teste de Abraão 22.1-24
A morte de Sara 23.1-20
Isaque 24.1 - 26.35
A noiva de Isaque 24.1-67
A morte de Abraão 25.1-11
Ismael, Esaú e Jacó 25.12-34
Deus confirma Sua Aliança com Isaque 26.1-35
Jacó 27.1 - 35.29
Jacó engana o seu pai 27.1-46
A fuga de Jacó para Harã 28.1-10
Deus confirma a Aliança com Jacó 28.11-22
O casamento de Jacó em Harã 29.1 - 30.43
O retorno de Jacó para Canaã 31.1 - 35.29
Esaú 36.1-43
José 37.1 - 50.26
A venda de José 37.1-36
Judá e Tamar 38.1-30
José na casa de Potifar 39.1-19
José no cárcere 39.20 - 40.23
A exaltação de José 41.1-57
José e os seus irmãos 42.1 - 45.28
Jacó muda para o Egito 46.1 - 48.22
A benção de Jacó e o seu sepultamento 49.1 - 50.21
Os últimos dias de José 50.22-26

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