Somos chamados para o jejum

Postado por Caco Borba quarta-feira, 1 de dezembro de 2010 , , ,



Graça, Paz e Alegria!

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Encontramos na Bíblia ilustrações de muitas pessoas que jejuaram. No Antigo Testamento, podemos citar Moisés, que jejuou por quarenta dias antes de receber as tábuas da Lei (Êxodo 34.28); Esdras, por causa da infidelidade dos exilados (Esdras 10.6); no Novo Testamento, Cristo, durante o período no deserto, preparando-se para o ministério (Lucas 4.1-12); os líderes da igreja de Antioquia, antes de enviarem Paulo e Barnabé, e outros que ocorrem durante toda a história judaica e cristã. Mas o jejum não está restrito apenas ao passado, à época do Antigo e do Novo Testamentos. O jejum é uma prática importante para nós hoje.

Porque e Quando Jejuar?
No passado, o povo jejuava por diversos motivos: quando estava de luto; em dificuldades ou à espera de auxílio divino; em preparação para ingressar numa tarefa dada por Deus; como maneira de esperar a resposta de Deus com relação a pedidos ou decisões que precisavam ser tomadas; em demonstração de arrependimento, constituindo uma forma de negar a si mesmo.

O jejum é uma maneira de nos desligarmos um pouco do cotidiano e centralizarmos nossas atenções em Deus, declarando total dependência dEle. “É mostrar a Deus que humildemente se espera por Ele” (ALLMEN, J.J. Von. Vocabulário Bíblico. Aste, São Paulo. 1972, p. 195). O cristianismo adotou a prática do jejum. E da mesma forma, quando jejuamos, declaramos a nossa pequenez e dependência diante de Deus.

O jejum deve ser praticado discretamente, como nos orienta Jesus (Mateus 6.16-19). Não é correto ficar contristado, ou de semblante abatido, para que os outros vejam. O importante é expressar a nossa humildade e dependência diante de Deus. Jejuar para dizer que é piedoso é hipocrisia. Isto é ir diretamente contra o verdadeiro sentido do jejum.

A prática do jejum é de grande relevância para a vida cristã. Ela mostra ao nosso ego que dependemos de Deus. E esta dependência nos dá condições de tomarmos decisões acertadas e de termos uma vida de comunhão com Deus, desenvolvendo assim nossa práxis cristã.

A Duração do Jejum
Na maioria das vezes, o jejum bíblico durava apenas um dia. Ia de pôr-do-Sol a pôr-do-Sol. Existem apenas três ocasiões de um jejum de quarenta dias: Moisés, Elias e Jesus. E todos foram em e por ocasiões muito especiais. Moisés estava praticamente dentro da glória de Deus. Elias recebera alimento de um mensageiro do Senhor, Jesus iniciaria o seu ministério, isto é, a salvação de toda a humanidade de seus pecados.

Não há uma regra de quanto em quanto deve-se jejuar. Os fariseus jejuavam duas vezes por semana (Lucas 18.12), mas eram considerados hipócritas. Eles jejuavam apenas para mostrar alguma piedade – o que eles não tinham.

Perigos do Jejum
Hipocrisia: é o caso dos fariseus (Mateus 6.16). Eles chamavam toda a atenção para si. O nosso jejum não pode ter o objetivo de chegar aos olhos e ouvidos do mundo, mas única e exclusivamente diante de Deus. O jejum é uma questão particular entre nós e Deus (Mateus 6.17).

Legalismo: algumas pessoas associam o jejum com a ideia de se fazer boas obras para agradar a Deus e assim alcançar a salvação. Se uma pessoa jejua com este intento, este jejum é obra da carne. A credibilidade do jejum não está na abstenção pura e simples, mas na sinceridade da pessoa que manifesta sua fé, privando-se de alimentos. Muitas pessoas reclamam que jejuaram e Deus não ouviu a sua oração, nem atentou para o seu jejum. Isto me faz lembrar Isaías 58.3ss. O fato de terem reclamado após jejum mostra que, durante o mesmo, sua atitude não fora correta. Jejuaram com a motivação errada. Nós jejuamos para mostrar nossa dependência e confiança em Deus, não para obrigá-lo a responder-nos em tudo o que queremos.

Associar o Jejum com Espiritualidade: alguns querem que os outros jejuem, exatamente como eles fazem. A Bíblia não nos diz quanto tempo devemos jejuar, nem quantas vezes. Ninguém pode impor a sua espiritualidade a outrem. A genuína espiritualidade vem do coração, e não pode ser imposta. Cada um, individualmente, tem que tomar sua própria decisão de servir a Deus. Quem quiser jejuar, deve fazê-lo com a motivação correta, de modo bíblico, mas não deve forçar ninguém a fazer o mesmo.

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