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 Está no Portal Evangélico Compartilhando Na Web 23/07/2007.

Autoria e Data
O livro revela apenas seu cenário. Em 1.1 lemos: “Nos dias em que julgavam os juízes...”. Isso nos faz pensar que o livro foi escrito depois desse tempo, uma vez que é citado que a história aconteceu quando os juízes julgavam a terra. Isso nos mostra que o livro foi escrito depois do tempo dos juízes, mas a história relatada se deu durante esse período. E apesar de se passar no período dos juízes, o livro relata a genealogia de Davi no final, dando-nos a certeza que realmente foi escrito em período posterior aos juízes, quando Davi já tinha sua importância em Israel, pois se assim não fosse, não seria citado dessa forma (4.13-22).

A tradição rabínica assegura que Samuel escreveu o livro na segunda metade do século XI a. C. Já o pensamento crítico mais recente sugere uma data pós-exílica bem mais tardia (cerca de 500 a. C.).

Mas a ideia que Samuel (ou alguém ligado a ele) tenha escrito o livro é muito plausível. Podemos imaginar que Samuel, que testemunhou o declínio do reinado de Saul e foi divinamente instruído para ungir Davi como escolhido de Deus para o trono, tivesse realmente o livro, na tentativa de mostrar a provisão de Deus na vida de pessoas simples e com dificuldades, para que o povo pudesse entender o quanto o Senhor amava seu povo. A ideia era mostrar a genealogia de Davi, que a conclui o livro, para indicar a clara conexão entre no novo rei os patriarcas, oferecendo assim uma resposta a todos aqueles que, em Israel, indagassem pelo passado familiar do seu rei. Sem contar, é claro, com mais uma vez a provisão de Deus na vida de um personagem que auxilia na mudança da vida do povo, como foi com Abraão (saindo de casa e tendo seu nome mudado), Jacó, José (vendido como escravo, dado como morto para seu pai e provê o sustento de sua família), Moisés (tirado do rio e criado na casa de Faraó, quando a ordem era matar todos os meninos hebreus que nascessem)... Davi vem de uma família onde os homens morreram, deixaram as mulheres viúvas e sem filhos, fora de sua terra (no caso de Noemi), uma das noras resolve continuar com a sogra, mesmo sem perspectivas de melhoria na vida (numa sociedade onde o homem deve prover o sustento), é rejeitada pelo primeiro na linha da remissão, mas encontra o cuidado do Senhor, mesmo diante das adversidades, para dar sequência a essa história e permitir ao povo de Israel o grande líder Davi.

O livro 
O livro possui 4 capítulos e 85 versículos:

- Primeiro capítulo (22 versículos): Um homem sai de sua terra com a sua família. Elimeleque, Noemi, Malom e Quiliom. Passado algum tempo, Elimeleque morre e Noemi fica com seus dois filhos que se casam com Rute e Orfa. Mais algum tempo, Malom (marido de Rute) e Quiliom (marido de Orfa) também morrem e, Noemi sabendo que a situação em sua terra melhorara, resolve voltar. Nada mais justo que ela, Noemi resolvesse dizer as suas noras que ficassem. Orfa acaba ficando; Rute não. Rute aí demonstra uma prova de fidelidade e amor muito grande a sua sogra, pois resolve ir para uma terra para ela estranha, mesmo sabendo que Noemi não teria possivelmente outros filhos (uma vez que era prática que uma viúva se casasse com outro irmão do falecido) e decide ficar com ela até a morte (v. 17). 

- Segundo capítulo (23 versículos): Rute agora demonstra respeito a Noemi, pois procura com ela a permissão para ir fazer algo no que diz respeito ao trabalho. Boaz, dono do campo onde Rute estava, procura saber quem é ela e também a ajuda, dando-lhe permissão para continuar e dando ordens aos outros que deixassem algo para ela. Noemi se alegra ao saber que Boaz recebera Rute dessa forma, pois era ele parente dela e, como tal, passava a ser o possível remidor (Aquele que iria ajudar a uma viúva. Existia uma ordem que ia desde o parente mais próximo do falecido – irmão, até o parente mais distante) delas pela lei. Noemi, que já tinha se chateado muito com tudo o que acontecera (as mortes), começa a ver a mão do Senhor operando bênçãos com relação a ela e Rute.

- Terceiro capítulo (18 versículos): O fato de Rute continuar respeitando o que Noemi fala, faz com que ela, com sua obediência, continue achando graça aos olhos de Boaz. Este, por sua vez, se sente tocado em ajudar a Rute e Noemi. Mas havia um outro parente mais próximo de Noemi que, pela lei, seria o primeiro a ter que tomar a iniciativa de ajudar a Noemi e Rute. Boaz diz a Rute que vai procurar esse parente e, se ele não se dispuser a ajudar, ele, Boaz, fará e também tomaria Rute por sua mulher.

- Quarto capítulo (22 versículos): Boaz procura o parente mais próximo que diz que não irá ser o remidor de Rute e Noemi, porque não queria que Rute causasse problemas à sua herdade. O parente mais próximo, num primeiro momento, diz cuidar de Noemi, mas ao saber de Rute, entrega a responsabilidade, como mandava a lei, com testemunhas, para Boaz. Este se casa com Rute e tem com ela um filho, Obede, que seria, mais tarde, avô de Davi.

Esboço de Rute
I. Uma família hebraica em Moabe 1.1-22
  Dor e sofrimento 1.1-5
  Dedicação e promessa de Rute 1.6-18
  Retorno a Belém 1.19-22

II. Uma mulher humilde no campo da colheita 2.1-23
  Rute no campo de Boaz 2.1-3
  Generosidade e proteção de Boaz 2.4-17
  Noemi reconhece o cuidado de Deus 2.18-23

III. O cuidado de Deus 3.1-18
  Orientação de Noemi 3.1-5
  Obediência de Rute 3.6-13
  Recompensa pela obediência 3.14-18

IV. Parente e remidor 4.1-22
  Boaz, o remidor escolhido por Deus 4.1-12
  Casamento de Boaz com Rute 4.13
  Benção de Deus sobre Noemi 4.14-17
  Genealogia de Davi 4.18-22



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